Colecção: Biblioteca Universal, n.º 10
Formato: 14 x 21 cm
N.º de páginas: 80
ISBN: 978-989-8285-01-0
PVP: 10,00€ (IVA inc.)
Três Histórias Extra Vagantes, divertidas e documentalmente verdadeiras, são as que Carlo Cipolla nos conta neste livro breve, no seu estilo irónico e elegante.
A primeira história decorre no século XIV, e tem por protagonistas os membros de uma poderosa confraria de banqueiros florentinos, peritos em façanhas à altura de grande romance policial. A segunda relata uma burla colossal que os europeus fizeram aos turcos no século XVII, envolvendo franceses, italianos, ingleses e outros; na terceira são comentados dois tratados franceses dos séculos XVII e XVIII, dedicados ao comércio e ao desenvolvimento industrial na Europa da época.São, na essência, três belas lições de história e progresso económico e social que se lêem com prazer e proveito, por um grande especialista em história económica, de quem já publicámos Allegro ma non troppo nesta colecção.
Carlo M. Cipolla (1922-2000) foi um dos maiores historiadores económicos contemporâneos, cuja fama o levou a leccionar nas melhores universidades do mundo. Debruçou-se especialmente sobre a Idade Média e as suas obras representam um contributo insubstituível no conhecimento histórico desse período, tendo recebido inúmeros prémios.
Cipolla foi membro da Royal Historical Society da Grã-Bretanha, da British Academy, da Accademia dei Lincei, da American Academy of Arts and Sciences e da American Philosophical Society of Philadelphia; em Itália, seu país natal, foi distinguido com o Prémio da Presidência da República, e o seu funeral teve foros de acontecimento nacional, tal a notoriedade de que gozava no país.
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Aqui fica um excerto:
« É dito e redito por pessoas que se acham ou querem parecer doutas e sábias que a história é a grande mestra em lições de vida, e que o homem aprende muito com a experiência! Eu sou um historiador profissional, mas em mais de quarenta anos de pesquisas e investigações convenci-me de que esta ingénua convicção mete água por todos os costados e que o homem não aprende coisa nenhuma nem com a sua experiência pessoal nem com a (colectiva ou individual) dos seus semelhantes, e continua portanto a repetir com monótona teimosia os mesmos erros e os mesmos delitos, com consequências deletérias para o progresso humano.
O poeta Giovanni Frescobaldi deixou num dos seus versos um conselho tão claro quanto sábio: «Afasta-te dos cortesãos». Mas quando cheira a dinheiro os homens fazem orelhas moucas aos conselhos sábios das pessoas prudentes. Primeiro os Bardi, seguidos pelos Peruzzi, introduziram-se habilmente na corte inglesa e desapertaram imprudentemente os cordões às bolsas. Do Outono de 1312 em diante, Bardi e Peruzzi emprestaram somas cada vez mais consideráveis a Eduardo III, financiando-lhe as despesas e os empreendimentos mais insensatos, entre os quais uma expedição militar em França. Nenhum monarca inglês tinha tomado de empréstimo somas tão elevadas como aquelas que recebeu Eduardo III entre 1335 e 1340. Em l338-39 os Bardi e os Peruzzi eram credores de mais de 125.000 libras esterlinas – uma quantia enorme. E infelizmente para eles a guerra em França acabou em desastre para os ingleses, pelo que o seu real devedor teve que declarar bancarrota. » (págs. 29-32)
O poeta Giovanni Frescobaldi deixou num dos seus versos um conselho tão claro quanto sábio: «Afasta-te dos cortesãos». Mas quando cheira a dinheiro os homens fazem orelhas moucas aos conselhos sábios das pessoas prudentes. Primeiro os Bardi, seguidos pelos Peruzzi, introduziram-se habilmente na corte inglesa e desapertaram imprudentemente os cordões às bolsas. Do Outono de 1312 em diante, Bardi e Peruzzi emprestaram somas cada vez mais consideráveis a Eduardo III, financiando-lhe as despesas e os empreendimentos mais insensatos, entre os quais uma expedição militar em França. Nenhum monarca inglês tinha tomado de empréstimo somas tão elevadas como aquelas que recebeu Eduardo III entre 1335 e 1340. Em l338-39 os Bardi e os Peruzzi eram credores de mais de 125.000 libras esterlinas – uma quantia enorme. E infelizmente para eles a guerra em França acabou em desastre para os ingleses, pelo que o seu real devedor teve que declarar bancarrota. » (págs. 29-32)